O início: Supõe-se que a filosofia ocidental tenha tido início em 580 a.C., em Mileto, uma cidade na costa da Ásia Menor – onde a Europa e a Ásia se encontram; Mileto era um lugar onde se cruzavam rotas comerciais que circulavam entre a Grécia, o Egipto e o Médio Oriente, o que fez com que certos homens constatassem a existência da diversidade cultural e religiosa e de normas morais diferentes; Este tipo de verificação fez com que se começassem a interrogar acerca dos próprios costumes; Nesta altura a escrita ainda não existia pelo que a tradição filosófica se baseia na oralidade;
Porquê: A diversidade cultural, a tradição épica, os mitos dos deuses do Olimpo e questões cosmológicas relativas à origem e à composição material do mundo, assim como ao seu funcionamento, foram as pedras basilares para o nascimento da filosofia; Aliadas a dados astronómicos, a investigações matemáticas e à natureza da vida e da alma, os homens começaram a questionar-se acerca da realidade e do mundo que os rodeava de forma sistémica e elaborada; A natureza tem um significado matemático? Como é que o equilíbrio é possível? O que distingue os sólidos, os líquidos e os gases? Porque é que os seres dotados de inteligência respiram? Qual é a diferença entre a realidade e a aparência? Como é que podemos provar o que pensamos conhecer? Há matemática na harmonia musical? Vivemos uma realidade que nunca se altera ou a existência de uma mudança permanente? Há uma estrutura racional do mundo? O que é a verdade? Há uma maneira segundo a qual se deve viver? Foram estas algumas das interrogações que impulsionaram aquilo a que hoje damos o nome de filosofia;
As partes do todo: A filosofia nasce de respostas possíveis a uma imensidão de perguntas; Da metafísica que trata da natureza da realidade, à epistemologia que trata da natureza do conhecimento; da ética que se dedica a questões sobre aquilo que se deve fazer e aquilo que é bom e valioso, à teorização da justiça que se desenvolve na filosofia política; da religião como conceção de um ser incorpóreo que desagua na teologia, à ciência como hipótese que se demonstra pela impossibilidade do seu contrário; Da linguagem que todos usamos mas que pouco sabemos acerca do seu funcionamento, à filosofia da mente que trata de questões como a consciência e a intencionalidade; Da filosofia da ação que nos explica que somos agentes em qualquer tipo de interação social, à estética que trata da nossa apreensão pelos sentidos; Da lógica que sustenta as estruturas racionais segundo as quais avaliamos os argumentos que usamos – tudo isto é filosofia; E nunca é demais lembrar que “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, nem podemos apreender duas vezes no mesmo estado uma realidade mortal.” [Heraclito, 500 a.C.]
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