Douglas Murray (1979-) é um autor e comentador político britânico conhecido pelas suas crónicas na The Spectator e no The Wall Street Journal.
Em 2019 publicou o seu 4º livro: “A Insanidade das Massas”.
Sendo o primeiro livro que li de Douglas Murray, é também o primeiro de 2023, mas podia facilmente ter sido o “livro do ano” de 2022 caso o tivesse aberto um mês antes.
“A Insanidade das Massas” é uma bíblia sobre a atualidade. Murray leva-nos numa viagem pelos quatro temas mais disruptivos da sociedade ocidental: homossexualidade, as mulheres e o feminismo, o racismo e a transexualidade.
Ninguém, consciente da sua posição individual neste mundo, pode afirmar saber tudo sobre qualquer um destes temas. Nem os próprios representantes destas identidades podem falar com absoluta certeza sobre as mais variadas características que as compõem.
O problema é exatamente esse. Ao contrário de ser posta em prática como uma virtude, a douta ignorância é, hoje, combatida e espezinhada como se de um vírus se tratasse. Uma nova religião, cheia de certezas infundadas (como todas as outras!), é hoje apregoada como o Santo Graal da hipermodernidade.
A Justiça Social e os seus guardiões voluntários, ávidos de sentimento de pertença, juntam-se sob o nome de interseccionistas. Trocando por miúdos, trata-se de uma junção de maleitas sob o mesmo paradigma: contra o patriarcado, o privilégio branco, a masculinidade tóxica, o machismo, a xenofobia, etc., ao mesmo tempo que se assumem publicamente fervorosas defesas da homossexualidade, do feminismo, da transexualidade e da superioridade dos historicamente oprimidos, ou seja, a cultura da vitimização.
“A Insanidade das Massas” devia constar do “plano nacional de leitura” e devia ser amplamente publicitada como uma obra ímpar e indispensável para podermos discutir a sociedade em que vivemos.
Douglas Murray precisou de alguma coragem para escavar tão fundo no poço da discórdia que certos temas que decidiu tratar provocam e, talvez por isso, se tenha esmerado tantos nos exemplos concretos e nas situações quotidianas que analisa ao longo de todo o livro.
Se estão à procura de um livro inspirador que, indiscutivelmente, vai obrigar a parar para pensar, que descreve a realidade muito para além da banalidade habitual e que traduz algumas das grandes complexidades atuais numa linguagem simples e acessível a todos, este é O Livro.
Rock&Rolla
Jan/2023