O início: O humanismo surge com a modernidade; Antes do humanismo se intrincar nas sociedades como um novo paradigma a humanidade era guiada por deuses e religiões que vaticinavam o certo e o errado e que conferiam sentido à existência; Os homens faziam parte de um grande plano cósmico que não dominavam e no qual representavam um papel que lhes era designado pelo grande Criador; Quando os humanos deixaram de acreditar num Deus, omnisciente e todo poderoso, que atribuía significado à existência, nasceu uma nova “religião”: o Humanismo.
Como aconteceu: O ser humano começou a aperceber-se que, na realidade, sabia muito pouco acerca do mundo que o rodeava e foi a consciência dessa ignorância que despoletou a Revolução Científica; A partir desta altura os homens começaram a investir no conhecimento, a fazer progressos científicos nas mais diversas áreas e, acima de tudo, começaram a perceber que não estavam mais ao abrigo do desígnio divino que, até aí, tinha dado sentido à vida humana; Ao descartarem o grande plano cósmico que regia a vida pré-moderna, os homens começaram a confiar no livre arbítrio como uma nova fonte de autoridade para guiar as suas ações e pensamentos e deixaram de reprimir as intuições e desejos; Os sentimentos passaram, assim, a ser uma fiável construção de sentido para a humanidade; No entanto, é praticamente impossível manter a ordem sem que haja um sentido para tal e foi exatamente isso que o humanismo fez: através do livre arbítrio, o humanismo incumbiu os seres humanos de darem um sentido à vida e ao universo;
A ética humanista: O problema do humanismo é que, ao confiarmos só em nós e nos nossos sentimentos podemos perfeitamente entrar em choque com os outros e os seus sentimentos; No entanto, a ética humanista diz-nos que esse problema é facilmente superável se analisarmos profundamente as experiências de que dispomos à luz da sensibilidade; Segundo a ética humanista, o conhecimento é um acumular de experiências que mais não são do que sensações, emoções e pensamentos; Estes três ingredientes, ao serem analisados, dão origem à sensibilidade e é esta sensibilidade que nos mostra o que é bom e o que está certo; Assim sendo, o ser humano apercebe-se de que se basta a si próprio para resolver as dúvidas e incertezas que o atormentam e passa a acreditar na humanidade como até aí acreditava em Deus; É esta a grande revolução humanista da qual hoje nós, ocidentais, somos filhos;
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